O lugar da obra de arte eletrônica (Parte 1)

O homem fabrica, cria, faz arte. E por fazer arte, inova. E ao inovar, se atualiza. O que dizer, então, da arte com tecnologia, isto é, da cyber arte? Até aqui, evidenciamos um mundo vibrante através de algumas produções que pulsam o ambiente virtual. Computação gráfica, gamesvideoarte. Expressões que traduzem um mundo híbrido, mutante, sensível, mas de uma maneira não tão material.  Não conseguimos pegar uma obra dita eletrônica. Mas até que ponto ela é imaterial?

 

A Urban Arts, primeira galeria brasileira de arte digital, é uma experiência que evidencia o valor conferido a esse segmento artístico através da sua materialidade. São lojas físicas, mas também online, promovendo obras de pessoas do mundo inteiro, especialmente de brasileiros. A proposta subverte o pensamento de que a arte digital não pode habitar o mundo “sensível” e cria novas possibilidades para o próprio artista, que passa a coexistir com a sua criação.

Abstratos, figurativos, fashion, infantis, folclóricos, tipográficos, urbanos. A categorização das obras no site da Urban Arts evidencia o estilo pop de designers, artistas plásticos, no geral, de qualquer um que tenha um trabalho vibrante para ser curado. Pois sim, nem todo arte entra. Trata-se de um espaço de convergência de obras “estáticas”, mas que movimentam as emoções e equalizam as subjetividades de quem curte arte.

Corte Aqui. Autor: Diet Munhoz. Urban Arts

Digamos que Walter Benjamim, autor da famosa publicação “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica” estivesse certo sobre a existência de uma aura mágica nas pinturas, etc, e concordássemos com ele. A meu ver, a arte eletrônica também possui uma aura. Ou talvez, auras. A verdade é que isso fica difuso na web, com tanta coisa estandartizada, e que ofusca o caráter “sobrenatural” de certas produções. Sim, sabemos.

Me Tornei um Zumbi sem Coração. Autor: Bruno Miranda. Urban Arts

A Urban Arts, nesse sentido, traspõe as obras eletrônicas para o mundo em que se pode pegá-las. A materialidade das criações artísticas redefine a aura presente em cada uma. O digital, antes intocável, protagoniza um novo cenário de recepção. Subversivo. Mas apenas à ideia de que, para cada coisa, existe o seu lugar definido. O lugar da cyber arte, assim, talvez seja todos.

Gorillaz e o Musion Eyeliner

Murdoc, Russell, Noodle e 2D: Gorillaz

Arte eletrônica é aquela que se utiliza dos recursos digitais para poder ser realizada. Animação digital, como já foi dito aqui no blog, é uma dessas ramificações

E quando, além da animação  visualizada nas telas do cinema, televisores, monitores de computadores, etc., há uma interação entre o real e o virtual? Veja o vídeo a seguir e entenda:

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